O Castelo - Dois Mundos Em Conflito

terça-feira, 19 de julho de 2011

Habilidades Emocionais e Prosperidade



O homo sapiens pode também ser nomeado homo socialis. Vivemos em comunidades, aldeias, cidades, urbes, associações.
A reclusão entre nós é exceção e o homo solitarius se inclui em regras distinguidas pelas ciências das patologias.
Grande parte do sucesso do nosso projeto pessoal de vida depende das nossas habilidades de socialização, comunicação, flutuação e assimilação dentro da chamada teia social.
Habilidades estas que são as bases das estratégias reguladoras de nossas ações de inter-relacionamento, como parte que somos do quebra-cabeça complexo e sensível da conspiração social.
O campo das relações sociais está aberto às semeaduras e a desertificação que nossas ações conseguem promover, de acordo com a qualidade da antecedente gestão emocional.
Engolimos sapos, cuspimos maribondos, rasgamos sedas, soltamos o verbo, mandamos ver, subimos paredes, como sinônimos de ações desastradas e inadequadas que cortam nossas futuras possibilidades na construção de um promissor projeto de vida.
Por outro lado, negociamos com habilidade, conversamos com amabilidade, tratamos com dignidade, oferecemos respeito e atenção, damos a mão, tudo isto num esforço de superar querelas e picuinhas e construir pontes sobre terras arrasadas pelo tratoramento de egos inchados e emoções inábeis.
Há uma diferença crucial entre sorrir amarelo e o sorrir condescendente, entre engolir sapos e se valer da paciência e da compreensão ao tratar-se de uma mesma questão.
A diferença reside na qualidade e natureza das emoções que conseguimos forjar na gestão de nossos processos emocionais.
De um lado, uma má gestão pode promover uma agressão a valores pessoais e golpear nossa auto-estima, com os conseqüentes danos a saúde psíquica e emocional, alem é claro de nos isolar em um deserto social.
Já uma gestão de qualidade eleva nossa melhor natureza, fertiliza os campos de relacionamento, constrói pontes sobre áreas devassadas e nos abre inúmeros caminhos e possibilidades futuras.
A construção de uma prosperidade autentica passa longe do simples acumulo de bens e posses materiais, que em geral, tanto seduz e provoca a sociedade ocidental capitalista.
Hoje se chega à conclusão que a qualidade de vida com todos os estoques de bens e serviços que ela proporciona é a grande conquista que uma sábia gestão emocional pode nos conceder.

É claro que não podemos desconsiderar o conforto material dentro de uma visão ampla de prosperidade, mas uma vida de opulências pode ser tão ingrata quanto uma de penúrias se não estiver colorida pelos valores das amizades, dos talentos, das relações sadias, e de uma vida saudável dentre outros.
Viver uma vida ostensiva, mas mesquinha, opulenta, mas sovina é como estar preso em uma gaiola de ouro, como pássaro emplumado que se destaca, aparece, mas se consome em solidão.


João Drummond

Nenhum comentário:

Postar um comentário