O Castelo - Dois Mundos Em Conflito

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dicas de Leitura

trecho de "O Castelo - Dois Mundos em Conflito - do autor natural do Rio de Janeiro e radicado em Sete Lagoas -MG.






Tertúlia era uma lenda. Uma ilha perdida nos confins dos oceanos, cercada de mistérios que para muitos não passava de delírios de navegantes sem rumo.
O tema era evitado como se apenas a pronúncia de seu nome já fosse capaz de produzir vibrações de mau agouro e abrir canais tenebrosos.
Lenda ou não, se dizia que relatos de sua existência foram encontrados em navios à deriva ou em conversas sem nexo de náufragos ensandecidos.
O que se podia deduzir destas histórias era que tormentas conduziram navios para além da linha do horizonte e jogaram seus destroços em praias de uma ilha invisível em dias de calmaria e envolta em uma estranha e espessa neblina.
Nenhum mapa cartográfico mencionava sua presença e expedições que saíram a sua procura voltaram sem nada constatar a não ser o sumiço repentino de alguns navios em meio a tormentas.
Diziam os prisioneiros da masmorra que um velho marujo maluco, preso, dentre os mais antigos de seus hospedes, balbuciava durante a noite contando histórias de sua estada em Tertúlia e sobre detalhes de seus habitantes.
Segundo puderam apreender Tertúlia era uma comunidade de bruxos e feiticeiras de grande poder, que viviam reclusos na ilha preservando e trabalhando a velha arte mística.
Constava uma lenda de mais de 10 mil anos que a força da sua magia seria um dia, ameaçada “pelo mau que se insinuaria com o rosto da inocência”.
Os magos mais antigos tinham a leitura do dia e ano e da conjunção estelar em que nasceria uma criança no seio de sua comunidade com a missão de corromper e canalizar seus poderes a favor do lado negro.
Desta forma ao se confirmar a profecia, uma criança recém-nascida fora lançado ao mar em um cesto flutuante, por uma mãe transtornada e apreensiva com o destino de sua primogênita que nascera com um estranho sinal na nuca. O sinal fora interpretado como o numero da besta.
Esta criança fora achada por uma comunidade de pescadores e acolhida como uma filha.
Aquela aldeia acolhera sem o saber, uma das filhas de Satã e desta forma estaria condenada até o fim dos tempos a terríveis provações.


O Castelo - Dois Mundos em Conflito




                          

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Castelo - Dois Mundos em Conflito: Os Egos e o Ser

O Castelo - Dois Mundos em Conflito: Os Egos e o Ser: O ego que busca tranquilizar-se pela alimentação (gastrimargia, gula), pela acumulação de bens (philarguria, avareza) ou de prazeres (porne...

Os Egos e o Ser Consciente


O ego que busca tranquilizar-se pela alimentação (gastrimargia, gula), pela acumulação de bens (philarguria, avareza) ou de prazeres (porneia, luxúria). O ego que se revolta quando se está em desacordo com ele (orgé, ira).
O ego que se entristece quando lhe falta alguma coisa e quando a realidade não corresponde a seu desejo (lupé, tristeza, inveja).
O ego que desespera (acedia, preguiça) e delira para tranquilizar-se, que inventa para si uma autonomia e um poder que não possui (kenodoxia, urephrania, vaidade, orgulho).
Será que a doença mental não estaria enraizada na afirmação do ego, em detrimento do Si mesmo Transpessoal que o habita?
Os monges querem substituir a atitude "egocêntrica" do ser humano patológico pela atitude cristocêntrica ou teocêntrica do ser humano sem patologias (apatheia).
Diríamos hoje que a psicologia transpessoal pretende substituir a atitude neurótica do ser humano açulado pelas representações que tem de si mesmo pela atitude aberta, não egocêntrica, que o tornará aberto às aventuras inspiradas pela Consciência e pela Vida.
“Não sou só eu que vivo com minhas memórias, minhas necessidades, minhas carências, é também a Grande Vida que vive em mim com sua plenitude, sua generosidade."
Quando não somos egocêntricos não somos mais escravos do "eu-meu" infantil que quer constantemente ser o centro do mundo e sofre quando este lugar lhe é recusado.
Então a pessoa se torna capaz de amar e de servir, sem nada esperar em troca, gratuitamente (de graça).
Não é esta a atitude "natural”, não patológica, do adulto diante de seus próprios filhos?
É verdade que bem poucos hoje atingem esta "maturidade”. Conhecemos muitos desses "adultos" que têm três ou quatro anos de idade e que, na hora de aposentar-se, reclamam ainda a honra e a atenção que lhes são "devidas" e que certamente lhes faltaram em sua infância. Alguns chegaram até a "idade da razão”, poucos a ultrapassaram.
Como dizia Bernanos “a graça é esquecer-se”, não mais perceber-se a si mesmo... Este "esquecimento de si” não é o resultado de um voluntarismo qualquer, mas o fruto de uma experiência do Tanspessoal no meio do cotidiano.
Não mais ver as coisas em relação a si mesmo restitui cada coisa à claridade de sua evidência. Isto não nos “exila” do mundo, ao contrário, estamos exatamente no mundo, mas permanecemos livres a seu respeito e o tornamos livres a nosso respeito:” no mundo, mas não deste mundo”.
O estado de apatheia que traduzimos por um “estado não patológico do ser humano" é um estado de espontaneidade, de inocência, de simplicidade (simplicitas, etimologicamente que dizer "sem dobra”, sem dobrar-se sobre si mesmo).
É um estado de claridade da inteligência que "vê" as coisas como elas são, sem projetar-se nelas com suas memórias, suas idéias, suas ideologias (ídolos ) . É a consciência-espelho, estado de calma e de saúde do cérebro, dirão os neurofisiólogos.
A apatheia significa também um estado de pureza do coração, capacidade de amar, sejam quais forem as circunstâncias; é o "amor aos inimigos”, de que fala Cristo, isto é, o acesso a uma dimensão do amor que não depende de circunstâncias ou de encontros favoráveis para manifestar-se. É o Amor-Ser, o Núcleo indestrutível "que faz girar a Terra, o coração humano e os outros astros.
"É aquele Sol que faz sua luz brilhar tanto sobre os maus como sobre os bons”, de que nos fala o Evangelho (Mt 5, 43-46).
Enfim, este estado de apatheia é um estado de luminosidade e de leveza do próprio corpo físico.
A Transparência às energias divinas, como o mostra São Serafim de Sarov e muitos outros santos, dá ao corpo carnal as qualidades de um corpo de luz ou de um "corpo de ressurreição". (cf. ”grande tema da Transfiguração e Ressurreição da carne no cristianismo: a possibilidade de uma participação real de nosso ser espácio-temporal na vida divina)."
 Jean-Yves Leloup, páginas 74, 75,76, Escritos sobre o HESICASMO, Editora Vozes.

terça-feira, 19 de julho de 2011

JORNAL GAZETA DO SANTA CÂNDIDA: Habilidades Emocionais e Prosperidade

JORNAL GAZETA DO SANTA CÂNDIDA: Habilidades Emocionais e Prosperidade: " Por CMI Brasil Por João Drummond O campo das relações sociais está aberto às semeaduras e a desertificação que nossas ações cons..."

Habilidades Emocionais e Prosperidade | Jornal Correio do Brasil

Habilidades Emocionais e Prosperidade | Jornal Correio do Brasil

O Castelo - Dois Mundos em Conflito: Habilidades Emocionais e Prosperidade

O Castelo - Dois Mundos em Conflito: Habilidades Emocionais e Prosperidade: "O homo sapiens pode também ser nomeado homo socialis. Vivemos em comunidades, aldeias, cidades, urbes, associações. A reclusão entre nós é..."

Habilidades Emocionais e Prosperidade



O homo sapiens pode também ser nomeado homo socialis. Vivemos em comunidades, aldeias, cidades, urbes, associações.
A reclusão entre nós é exceção e o homo solitarius se inclui em regras distinguidas pelas ciências das patologias.
Grande parte do sucesso do nosso projeto pessoal de vida depende das nossas habilidades de socialização, comunicação, flutuação e assimilação dentro da chamada teia social.
Habilidades estas que são as bases das estratégias reguladoras de nossas ações de inter-relacionamento, como parte que somos do quebra-cabeça complexo e sensível da conspiração social.
O campo das relações sociais está aberto às semeaduras e a desertificação que nossas ações conseguem promover, de acordo com a qualidade da antecedente gestão emocional.
Engolimos sapos, cuspimos maribondos, rasgamos sedas, soltamos o verbo, mandamos ver, subimos paredes, como sinônimos de ações desastradas e inadequadas que cortam nossas futuras possibilidades na construção de um promissor projeto de vida.
Por outro lado, negociamos com habilidade, conversamos com amabilidade, tratamos com dignidade, oferecemos respeito e atenção, damos a mão, tudo isto num esforço de superar querelas e picuinhas e construir pontes sobre terras arrasadas pelo tratoramento de egos inchados e emoções inábeis.
Há uma diferença crucial entre sorrir amarelo e o sorrir condescendente, entre engolir sapos e se valer da paciência e da compreensão ao tratar-se de uma mesma questão.
A diferença reside na qualidade e natureza das emoções que conseguimos forjar na gestão de nossos processos emocionais.
De um lado, uma má gestão pode promover uma agressão a valores pessoais e golpear nossa auto-estima, com os conseqüentes danos a saúde psíquica e emocional, alem é claro de nos isolar em um deserto social.
Já uma gestão de qualidade eleva nossa melhor natureza, fertiliza os campos de relacionamento, constrói pontes sobre áreas devassadas e nos abre inúmeros caminhos e possibilidades futuras.
A construção de uma prosperidade autentica passa longe do simples acumulo de bens e posses materiais, que em geral, tanto seduz e provoca a sociedade ocidental capitalista.
Hoje se chega à conclusão que a qualidade de vida com todos os estoques de bens e serviços que ela proporciona é a grande conquista que uma sábia gestão emocional pode nos conceder.

É claro que não podemos desconsiderar o conforto material dentro de uma visão ampla de prosperidade, mas uma vida de opulências pode ser tão ingrata quanto uma de penúrias se não estiver colorida pelos valores das amizades, dos talentos, das relações sadias, e de uma vida saudável dentre outros.
Viver uma vida ostensiva, mas mesquinha, opulenta, mas sovina é como estar preso em uma gaiola de ouro, como pássaro emplumado que se destaca, aparece, mas se consome em solidão.


João Drummond